Ecorregião do Raso da Catarina

Localização, Limites, Explicação dos Limites e Tamanho

Ecorregião estreita e alongada no sentido N-S, localizada na parte centro-leste do bioma. Os limites respeitam os limites naturais geomorfológicos da bacia sedimentar. A norte, oeste e leste limita com a Depressão Sertaneja Meridional. Uma ponta nordeste limita com o Planalto da Borborema e a parte sul com o Recôncavo Baiano, na Zona da Mata.

Tamanho: 30.800 km2.

Unidades Geoambientais do ZANE

Nesta ecorregião estão presentes as unidades das Bacias sedimentares (I3, I4, I6, I7, I8, I9, I10, I11, I12); Depressão sertaneja (F29).

Tipos de Solo, Geomorfologia, Relevo e Variação de Altitude

Esta ecorregião é uma bacia de solos muito arenosos, profundos e pouco férteis, de relevo muito plano, mas com canyons na parte oeste (formados por afloramentos de arenito). As altitudes variam de 400 a 600 m na parte sul da ecorregião (BA) e de 350 a 700 m na parte norte (bacia do Jatobá, em PE).

Na parte sul (BA) predominam os solos de areia (profundos, excessivamente drenados, ácidos e de fertilidade muito baixa) e latossolos (profundos, bem drenados, ácidos e de fertilidade baixa). Na parte norte (PE) predominam as areias.

Existe pouca água de superfície, exceto nas áreas dos canyons.

Clima

O clima é semi-árido, bastante quente e seco, com precipitação média de 650 mm/ano na parte sul (BA) e período chuvoso de dezembro a julho. Na parte norte (PE), mais seca, a média é de 450 mm/ano e o período chuvoso de janeiro a abril.

Grandes Processos Característicos ou Influências

O Raso da Catarina é uma bacia sedimentar bastante destacada dos ambientes do entorno, com pequena disponibilidade de água de superfície (solos muito arenosos e profundos).

Existe um gradiente de precipitação N-S, com maior precipitação no sul.

As temperaturas ambiente são muito altas, com diferenças grandes de temperatura entre dia e noite.

Tipos de Vegetação

Caatinga de areia, predominantemente arbustiva, muito densa e menos espinhosa que a caatinga de solos cristalinos.

Exemplos de Grupos Taxonômicos Típicos

1. Flora:

Espécies mais características, provavelmente endêmicas: Copaifera martii Hayne in Arzn. (Leguminosae), Simaba blanchetiiTurcz (Simaroubaceae), Pavonia glazioviana Guerke (Malvaceae), Dioclea lasiophilla Benth. (Leguminosae), Mimosa lewisii Barneby (Leguminosae), Barnebya harleyi Anderson (Malpighiaceae), muitas espécies de Cactaceae dos gênerosMelocactus e Pilosocereus.

2. Fauna:

Estado de Conservação Estimado

A pequena disponibilidade de água de superfície levou a um vazio demográfico muito grande. Devido a este vazio populacional, a área continua razoavelmente preservada (aproximadamente 60-70% da área está em boas condições). A parte central da região (norte da Bahia) está mais preservada. Entretanto, há corte seletivo de madeira (árvores mais altas), e a hidrelétrica Paulo Afonso está no limite da ecorregião. Há também a construção de várias estradas novas, e estímulo ao turismo.

Unidades de Conservação Presentes

UC Tamanho Localização Observações
Estação Ecológica do Raso da Catarina 99.772ha Jeremoabo, Paulo Afonso e Rodelas - BA  
Reserva Biológica de Serra Negra 1.100ha Floresta, Tacaratu e Inajá - PE.  
Parque Estadual de Canudos 1.321ha Canudos, BA  
Estação Biológica de Canudos 160ha Canudos, BA Pertence à Fundação Biodiversitas, mas ainda não é RPPN.
RPPN Fazenda Flor de Lis 5.000ha Ribeira do Pombal, BA  

Legenda: RPPN - Reserva Particular do Patrimônio Natural.

Fonte: Plantas do Nordeste